Podcast – SBPC vai à escola

19/04/2023 20:50

Em 2022 O Projeto Ebó Epistêmico ganhou apoio do Programa SBPC Vai à Escola para um ciclo de oficinas intitulada a diversidade como princípio formativo da identidade nacional que foram realizadas em escolas do munícipio de Florianópolis e São José.

No podcast veiculado no Spotify através do perfil da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a professora Alexandra Alencar junto a integrante Francine Costa falam sobre as oficinas ministradas pelo projeto Ebó Epistêmico, a partir da própria significância do nome (ebó em iorubá significa oferenda) que aponta para produção de um conhecimento na perspectiva de ofertar/oferecer outra compreensão pautada na diversidade como princípio formativo.

A iniciativa das oficinas de letramento racial advém da disciplina de graduação para licenciatura de Ciências Sociais, estudos afro-brasileiros, que tem como trabalho final a produção de conteúdo com temática racial sob forma de material didático. Tal disciplina desde 2020 tem sido ministrada pelas professoras Flávia Medeiros e Alexandra Alencar, também coordenadoras do projeto de extensão e pesquisa Ebó Epistêmico. Com esses materiais feitos pelos estudantes da graduação em mãos e transpostos também no site, surgiu a necessidade e o desejo de levar isso para as escolas, com objetivo de contribuir com a aplicação da educação das relações étnico-raciais, sustentada pela Lei 10.639 que este ano comemora 20 anos, a qual obriga escolas o ensino da história da África, uma vez que “o racismo, da forma como estrutura a sociedade, assola a produção do conhecimento, afetando na construção de saberes.

Como aponta Alexandra Alencar na gravação do podcast, é a escola o lugar onde, muitas vezes, os estudantes têm o primeiro contato com o racismo, assim foram realizadas as oficinas “diversidade como princípio formativo da identidade nacional” na intenção de promover a desnaturalização e desconstruções da concepção que estudantes e a comunidade escolar tem sobre raça e as relações étnico-raciais, a partir da difusão da própria antropologia de conceitos como identidade, etnocentrismo e relativismo com atividades reflexivas e práticas que promovam a ampliação das compreensões que os estudantes e a comunidade escolar tenham sobre a sociedade e os indivíduos.

As oficinas de letramento racial ocorreram em diferentes instituições de ensino fundamental e médio Florianópolis e foram ministradas por 14 integrantes do Ebó da graduação e pós-graduação, impactando pelo menos 180 pessoas entre alunos e professores dessas instituições de ensino. Francine Costa, doutoranda pesquisadora de relações étnico raciais e uma das idealizadoras das oficinas, conta que a primeira escola comtemplada foi a EEB Aderbal Ramos da Silva onde o primeiro e segundo ano do ensino médio foram contempladas pelas oficinas do programa. Aproximadamente 60 estudantes acompanhados de suas professoras compuseram as atividades, participando ativamente das discussões dos materiais didáticos apresentados, muitas perguntas foram feitas e ao final do ciclo de oficinas obtiveram-se feedbacks muito positivos dos estudantes e professores que fizeram parte e da equipe.

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